- Me perdoe, senhora...não pretendo incomodar, mas a senhora já notou que o vento está levantando bem alto o seu vestido?
- Já, sim, mas é que eu preciso de ambas as mãos para segurar o chapéu.
- Mas, senhora....a senhora deve saber que suas partes íntimas estão sendo expostas! - disse o cavalheiro.
A senhora olhou para baixo, depois para cima, e respondeu:
- Cavalheiro, qualquer coisa que o Sr. esteja vendo aqui em baixo tem 85 anos. O chapéu eu comprei ontem!
***
Interessante, o riso vem do fato da senhora não se importar em mostrar as partes íntimas e sim temer peder seu chapéu, ao mesmo tempo que não dá valor a seu corpo de 85 anos, que já não desperta a cobiça sexual, enquanto que valoriza o chapéu de um dia em sua vida, ou seja o valor do tempo é relativo de acordo com o que é valorizado na sociedade e em relação a circunstâncias.
Certamente, se fosse uma jovem que segurasse o chapéu seus interesses seriam também materiais, mas de outra instância: desejo físico pelo prazer em conquistar um homem, ou prazer sexual, e o desejo de conseguir dinheiro ou posiçao através de um relacionamento. Conforme a idade e a sociedade, os interesses mudam e fazem a cabeça do povo. A jovem poderia responder ao cavalheiro:
- O que o senhor está vendo aqui em baixo é o que me dá condições de ter esse chapéu, e segurar esse chapéu é a condição de obter outro... Se os ventos estão ao meu favor, não devo disperdiçar a oportunidade!
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